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Usina de etanol de milho de Toledo produzirá 1,8 milhão de litros ao dia

Empreendimento foi apresentado na Prefeitura de Toledo - Carlos "Mini" Rodrigues/PMT


Wanderley Graeff - Do Viver Toledo
Um investimento de R$ 1,180 bilhão e geração de 1.500 empregos na fase de construção, foi anunciado em Toledo nesta segunda-feira, 1º de dezembro. A usina de etanol que utilizará o milho como matéria prima, será implantada por um grupo empresarial formado pela empresa Hydrographe, com sede em Cuiabá, e um grupo sediado no Rio Grande do Sul, do ramo de combustíveis e agroindustrial.
 
O empreendimento foi tornado público a partir da resolução dos entraves burocráticos iniciais, partindo agora para o processo de licenciamento ambiental, conforme detalhado em coletiva de imprensa na Prefeitura de Toledo. Participaram o prefeito Mario Costenaro, o vice-prefeito Lucio de Marchi, o deputado federal Dilceu Sperafico, vereadores, secretários e lideranças, além dos representantes da Hydrographe, João Vianei e Paulo Rangel.
 
O projeto irá desenvolver toda a região, beneficiando as cadeias produtivas, produtores rurais, a cadeia de transporte, logística e atraindo mão de obra especializada. A área arrendada junto ao deputado federal Dilceu Sperafico é estratégica, localizada próxima ao Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho, com opção de compra de 60 hectares. A proximidade com a futura ferrovia que ligará o Mato Grosso do Sul e o Paraná ao Porto de Paranaguá também foi um dos atrativos, conjuntamente com os estudos técnicos realizados, apontou o empresário João Vianei Henrique Silva.
 
De acordo com o engenheiro Paulo Rangel, a empresa já desenvolve o projeto de engenharia técnica ambiental para obtenção das licenças. Alem disso, ele pontuou que o produtor de suínos e aves terá com a usina uma opção a mais na formulação da ração, uma vez que o DDG, um coproduto, é rico em proteína e fibras, sendo utilizado principalmente na alimentação animal como substituto do farelo de soja e do milho. 
Paulo Rangel deu detalhes à reportagem do Viver Toledo e Rádio Guaçu - Foto: Dr. Sérgio Campagnolo 
“Estou muito satisfeito com esse empreendimento, que é resultado de dois anos de tratativas. É uma indústria não poluente, que não trará nenhum problema ambiental e resultará em muitos benefícios a toda a região Oeste”, assegurou o deputado Dilceu Sperafico.
 
Para o prefeito Mário Costenaro, “trata-se de uma grande conquista, para a qual já há tratativas no âmbito do governo do Estado, no sentido de assegurar a infraestrutura necessária diante do aumento de tráfego que uma operação de tamanho porte irá gerar”.
 
O chefe do Escritório Regional do Instituto Água e Terra, Volnei Bisognin, assegurou que o órgão dará prioridade absoluta no processo de licenciamento, uma vez que se trata de um empreendimento que não gera poluentes. “O licenciamento de uma usina de etanol de milho está bem fresquinho, uma vez que estamos fazendo nesse momento o licenciamento da usina da Coamo em Campo Mourão”, afirmou. 
Investimento
Após a aprovação de área, todos os custos de projetos, obtenção de licenças, instalação de planta e sua operação serão assumidos pela Hydrographe, sem ônus à Prefeitura de Toledo. A estimativa é a geração de um grande número de postos de trabalho na fase de edificação da usina, sendo determinado pelos empreendedores que mais 30 empresas locais de vários segmentos deverão dar suporte à usina.
 
Retorno ao município
A instalação da usina em Toledo deverá trazer retornos sociais e econômicos ao município:
- Geração de 1.500 empresas durante os 18 meses previstos para a construção da usina;
- Geração de 150 empregos diretos e outros 2 mil indiretos;
- Estima-se que a receita anual da usina corresponda a R$ 1.184.500.000,00 no momento da operação em capacidade máxima. Esta receita deverá gerar em torno de R$ 213 milhões de ICMS ao Estado do Paraná, sendo que parte destes recursos retornarão ao Município de Toledo;
- Aumento na arrecadação do ISS, uma vez que os serviços prestados na usina deverão emitir nota fiscal de serviços em Toledo, conforme a legislação tributária;
- Incremento no turismo de negócios.
 
Além disso vários setores da economia local e regional serão beneficiados com a instalação da indústria:
- Produtores rurais: venda de milho e eucalipto, por exemplo;
- Transporte e logística: previsão de um fluxo de mais de 100 carretas/caminhões diariamente, gerando consumo e serviços a serem prestados no municípío;
- Mão de obra qualificada e a ser qualificada: a usina empregará pessoas de todos os segmentos de qualificação;
- Novas oportunidades: a Prefeitura de Toledo, em parceria com o Senai e Senar, poderá capacitar as pessoas a fim de qualificar a mão de obra local e regional;
- Setor de Serviços: a instalação industrial, a manutenção preventiva e corretiva, além da operação cotidiana vai demandar a contratação de diversos tipos de serviço, os quais deverão ser prestados no local, gerando riqueza e oportunidades ao Município.
 
Produtos gerados
A transformação do milho em biocombustível gera os seguintes produtos:
- etanol anidro: produto adicionado à gasolina nas distribuidoras;
- etanol hidratado: para as distribuidoras de combustível ou diretamente aos postos de combustíveis do município, o que vai baratear o custo para os consumidores;
- farelo de milho (DDGS): utilizado na formulação de ração animal;
- óleo de milho;
- energia elétrica.
 
Benefícios para o agronegócio e para o Oeste
O agronegócio regional será muito estimulado com a implantação da usina em Toledo. Será criada a modalidade de compra de milho futuro e biomassa (eucaliptos), normalmente não existentes antes da implantação da usina. Em razão da necessidade de um estoque estabilizado, a usina compra milho de produção futura, o que permite uma rentabilidade maior ao produtor.
 
A usina consumirá também biomassa de eucalipto e bagaço de cana, favorecendo os produtores do Município e também da região. Como o frete é um fator econômico considerável, haverá maior facilidade e um custo menor aos proprietários instalados em Toledo.
 
Além disso, toda a cadeia de venda de equipamentos ou serviços ligados ao agronegócio será beneficiada pela instalação da usina, uma vez que a produção local tende a aumentar após o funcionamento da indústria.
 
Viver Toledo - Ano 17
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