Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil |
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Agência Brasil - Um exame sorológico capaz de
identificar a contaminação pelo vírus Zika mesmo depois da infecção por dengue
começou a ser comercializado no país. Os kits são voltados principalmente para
mulheres em idade fértil e para estudos epidemiológicos que pretendam
determinar pessoas que já tenham sido expostas ao vírus. Essa era uma das
principais demandas após a epidemia de zika no Brasil, entre 2015 e 2016.
O teste é resultado de uma pesquisa iniciada há dois
anos por um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo. O estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo e teve o pedido de patente licenciado pela
empresa AdvaGen Biotec e recentemente aprovada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária para uso comercial. O produto foi testado em cerca de 3,2
mil mulheres no Brasil.
O exame detecta a presença de anticorpo específico do
vírus Zika produzido pelo organismo depois de 15 a 20 dias, após o indivíduo
ser infectado. Entretanto, como os vírus da zika e da dengue são muito
parecidos, os testes disponíveis no mercado acabam por confundir com resultando
em falso positivo ou negativo, dificultando ou impedindo o diagnóstico preciso
em áreas endêmicas para a dengue. O teste tem 95% de especificidade para zika,
enquanto os outros do mercado têm até 75%.
“Esse anticorpo dá proteção para o resto da vida e é
muito difícil achar uma proteína que seja específica para o Zika. Mas achamos
um local na proteína, que chamamos de Delta NS1, e que não dá reação cruzada
com a dengue”, explicou um dos pesquisadores, o especialista em virologia Edison
Luiz Durigon.
Segundo o pesquisador, o kit facilitará o
acompanhamento de gestantes que farão o exame a cada três meses para prevenir a
microcefalia em bebês. Caso a mulher seja infectada só no período final da
gestação, o bebê corre o risco de desenvolver problemas neurológicos.
“Se a gestante tiver Zika o teste acusará. E aí
muda-se a conduta médica, com a possibilidade de acompanhar essa criança para
que ela seja conduzida a um padrão normal na infância e adolescência”, disse.
O exame é baseado no método Elisa e também será útil
para estudar a prevalência do vírus porque a maioria das pessoas infectadas não
apresentam sintomas, assim a mulher pode ter o vírus sem saber e passar para o
feto. Dessa forma, algumas crianças podem nascer sem microcefalia, mas podem
ter lesões invisíveis no cérebro em um primeiro momento, podendo desenvolver
problemas cognitivos severos.
“O exame deve ser feito em laboratório e fica pronto
em três horas e meia. É um teste que qualquer laboratório clínico está equipado
para fazer. Esse foi um cuidado nosso”, ressaltou o especialista.
Viver News – Karine Graeff c/ assessoria
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