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A suinocultura e os avanços dos transplantes em seres humanos

 

Dilceu Sperafico*

A suinocultura, orgulho de Toledo e região, com os maiores rebanho, abates, produção e exportações de carne suína e derivados do País, está gerando novo e surpreendente benefício para a população brasileira e do mundo. Trata-se da utilização de rins suínos para o transplante em humanos. Com isso, além de alimentar as pessoas, gerar empregos, renda e tributos no campo e nas cidades, a criação de porcos vai agora também salvar vidas de seres humanos enfermos, com órgãos saudáveis. 

Os cientistas brasileiros que se tornaram referência no estudo, acompanharam com otimismo a informação de que cirurgiões de hospital de Nova York, nos Estados Unidos, realizaram há poucos dias, pela primeira vez, o transplante de rim de porco em paciente humana.

No Brasil, os estudos são da Universidade de São Paulo (USP), que planeja seguir o mesmo procedimento no País, dentro de poucos anos. Conforme o cirurgião e professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Silvano Raia, a técnica deve mudar completamente o modo como os transplantes são realizados atualmente, com a doação de órgãos humanos.

Cientistas brasileiros que estão editando genes de porcos e buscando verbas para a realização dos primeiros testes de transplantes de rins suínos em seres humanos no País, afirmam que a nova técnica irá ajudar pacientes com insuficiência renal sem doadores compatíveis, o que reduz sua expectativa de vida devido ao tempo de espera por órgão adequado.

Novos procedimentos devem ocorrer nos próximos seis ou 12 meses nos Estados Unidos, Alemanha e China, enquanto no Brasil, o processo deve demorar um pouco mais, apesar de pesquisas estarem em andamento há anos. Falta, por exemplo, a implantação de biotério ou local com ambiente sanitário adequado e controlado, onde embriões são introduzidos em porca matriz, para após o nascimento se tornarem doadores para transplantes.

A unidade deverá ser concluída em um ano e meio, com o processo de implantação de embriões feito de forma estéril, como em sala de cirurgia, evitando a contaminação de animais doadores com organismos prejudiciais aos humanos. Até agora, os cientistas só conseguiram modificar genes de embriões de porcos, para que, no futuro, rins e outros órgãos transplantados sem rejeição em humanos.

A expectativa dos cientistas é de que até o final de 2022 nasçam os primeiros leitões geneticamente modificados, que servirão de testes com o transplante de embrião em porca e se saiba se o porquinho nascerá sem os genes que causam rejeição. A metas dos cientistas é começar com os rins, porque se o transplante não der certo, o órgão poderá ser retirado e o paciente voltará para a hemodiálise. Se fosse transplantado o coração e o procedimento não desse certo, a pessoa doente morreria.

Graças à edição genética, esse tipo de transplante dispensa medicamentos imunossupressores, que inibem a rejeição do órgão transplantado. Cientistas consideram o porco a alternativa mais promissora, porque tem órgãos semelhantes aos dos seres humanos, além de gerarem múltiplos filhotes de uma vez só e terem curta gestação.

Toledo, vale recordar, possui rebanho de 1,2 milhão de suínos, abate cerca de oito mil cabeças por dia, com produção de mais de mil toneladas diárias de carne e derivados, o que lhe garante cerca de 30% do Valor Produto da Produção Agropecuária (VBPA), de 3,5 bilhões de reais, o maior do Estado há oito anos consecutivos.

*O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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