Especialistas alertam sobre os riscos de interromper tratamentos, principalmente para doentes crônicos; medicamentos genéricos podem garantir acesso para aqueles que mais precisam
Segundo dados do Banco Mundial cerca de 10
milhões de brasileiros são empurrados para a pobreza devido aos gastos com
saúde. Nesse cenário, os medicamentos representam aproximadamente 46% dessa
parcela do orçamento familiar, levando muitas pessoas a abandonarem seus
tratamentos devido aos altos preços dos remédios, o que pode acarretar
complicações ainda maiores.
“É fundamental que o paciente se sinta à
vontade com o médico para discutir dificuldades relacionadas aos custos dos
medicamentos e o impacto disso nas contas do mês. Não pode haver vergonha, pois
abandonar um tratamento é muito pior. Juntos, médico e paciente, podem buscar
alternativas. Em casos de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, a
falta de acompanhamento pode não gerar prejuízo imediato, mas a longo prazo
pode resultar em infarto, insuficiência renal e até mesmo exigir hemodiálise”,
explica a clínica médica dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário
Cajuru, Larissa Hermann. “Já vimos muitos casos de pessoas que deixaram de
tomar anticoagulantes e acabaram retornando ao hospital com complicações graves
de trombose”, exemplifica Larissa.
Os medicamentos que fazem parte do programa
Farmácia Popular e os genéricos, que são vendidos pelo menos 35% mais baratos
que os de referência, são uma alternativa cada vez mais buscada pela população
para reduzir os gastos no orçamento mensal. “Os genéricos, são uma alternativa
mais econômica e uma forma segura de continuar os tratamentos de saúde sem
impactar tanto o orçamento. Conversar com o médico de confiança e pedir
indicações de remédios disponíveis na Farmácia Popular ou SUS também é sempre
importante”, ressalta a médica.
O medicamento genérico possui a mesma
qualidade, segurança e eficácia do medicamento de referência. Sua
intercambialidade é garantida por meio de testes de equivalência, que incluem
comparações in vitro e estudos de bioequivalência em humanos, apresentados para
avaliação final da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “O
medicamento de referência é aquele que traz inovação e é o primeiro a ser
comercializado no país. Isso requer um trabalho de pesquisa que garante a
segurança e a qualidade, além de comprovação científica junto ao órgão
regulador por meio de ensaios clínicos. Por isso, o preço é mais elevado”,
explica o farmacêutico e gerente de pesquisa e inovação da Prati-Donaduzzi,
Liberato Brum Junior. A partir daí, o caminho é aberto para os medicamentos
genéricos, que permitem ampliar o acesso pelos preços mais acessíveis.
Viver Toledo - Ano 14
Editoria: Wanderley Graeff, Karine Graeff e Juninho Graeff
(45) 98801-8722
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