Pular para o conteúdo principal

Os desafios do combate do déficit habitacional do País

 

Dilceu Sperafico*

Se a necessidade e urgência de reconstruir ou recuperar dezenas de milhares de moradias de famílias de baixa renda, destruídas pelas enchentes de maio último no Rio Grande do Sul, parece desafio insuperável nos curto e médio prazos, a carência de residências populares no País é milhares de vezes maior e dificilmente será atendida em poucas décadas. Conforme estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgado recentemente, o investimento necessário para acabar com o déficit habitacional no País nos próximos 10 anos seria de 1,975 trilhão de reais, pois a falta de habitações atualmente é de 6,3 milhões de unidades, número 5,0% acima da pesquisa anterior, realizada em 2019.

Com quase dois trilhões de reais, segundo especialistas, seria possível construir e oferecer moradias confortáveis para mais de seis milhões de pessoas que, atualmente, vivem em locais inadequados. A partir de então, a preocupação seria atender a demanda por residências que deverá surgir na próxima década, estimada em 6,6 milhões de moradias.

Enquanto isso, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), principal projeto de investimento em habitação do País, conta com orçamento aprovado de 394 bilhões de reais até 2026. Apesar de parecer elevado, o volume de recursos está muito aquém do necessário para eliminar a falta de moradias que penaliza a população brasileira de baixa renda.

É profundamente lamentável e muito preocupante, mas a verdade é que o déficit habitacional vem aumentando no País, apesar dos aportes financeiros elevados oferecidos ao setor. Vale lembrar também que 75% do déficit estão concentrados em famílias com renda de até 2,6 mil reais mensais, enquadradas na faixa um do programa MCMV. A oferta de moradias neste segmento social é a que exige mais subsídios para garantir que famílias de baixa renda tenham acesso ao benefício. Em muitas ocasiões nos últimos anos, a construção de moradias na faixa um do MCMV foi estagnada por falta de recursos.

Outros 20% do déficit habitacional brasileiro estão nas famílias com renda mensal entre 2,6 mil e 4,4 mil reais, correspondente à faixa dois do MCMV; e apenas 5,0% nas famílias com renda de 4,4 mil a 8,0 mil reais, integrantes da faixa três do programa, necessitam de moradias próprias. As faixas dois e três têm menos subsídios, já que essas famílias têm maior poder de compra e conseguem pagar aluguéis ou mesmo adquirir residências confortáveis, utilizando financiamentos habitacionais. Dirigentes e especialistas da CBIC ressaltam que a efetivação dos investimentos em moradia teria potencial de movimentar a economia nacional de forma expressiva, beneficiando diversos setores da iniciativa privada, além de famílias carentes e empreiteiras. O incremento potencial seria de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), em uma década.

Conforme estudos da instituição, os investimentos públicos ou privados na construção civil sempre oferecem retorno econômico e social, com aumento da geração de empregos e da demanda de materiais e equipamentos, elevação da arrecadação de tributos e do PIB e melhoria da qualidade de vida de parcela da população. Especialmente na melhoria das condições de dignidade e cidadania das famílias beneficiadas e dos trabalhadores da construção civil. Além disso, a arrecadação de tributos aumentaria em 584 bilhões de reais e geraria 9,2 milhões de novos postos de trabalho no setor em uma década.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

Viver Toledo - Ano 15
Editoria: Wanderley Graeff - Karine Graeff
 (45) 98801-8722
Rua Três de Outubro, 311 – S. 403- Vila Industrial
CEP 85.904-180 – Toledo-PR




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Esporte de Toledo é contemplado com emendas de deputados

No final da tarde de quinta-feira (26), o prefeito Mario Costenaro recebeu boas notícias para o esporte de Toledo: a liberação de emendas dos deputados federais Elton Welter e Fernando Giacobo para serem aplicadas em melhorias da infraestrutura esportiva de Toledo. O próprio deputado Welter esteve no gabinete do prefeito, acompanhado da Professora Nelsi, para anunciar a liberação de R$ 490 mil para o esporte. Além dos recursos para o esporte, Welter confirmou mais R$ 907 mil para investimentos na Feira do Produtor; R$ 400 mil para reformas nas associações de moradores do Jardim Bela Vista e América; além de R$ 1 milhão para atendimento em média e alta complexidade na saúde, “com o objetivo de ajudar a reduzir as filas das cirurgias eletivas e exames em algumas especialidades”, frisa Welter. “Acredito que esta é uma prova de como deve funcionar a democracia”, comenta o prefeito Mario Costenaro, ao mencionar que, embora em campos ideológicos opostos, “ainda assim é possível sentar e dial...

Recanto Cataratas: campanha de aniversário tem descontos de até 35%, para hospedagem até 31 de julho de 2026

Promoção do resort inclui cortesia para duas crianças até 10 anos de idade e parcelamento em 10 vezes sem juros em dados selecionados entre de 7 de julho de 2025 a 31 de julho de 2026 Para comemorar seu aniversário, o Recanto Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR), comemora 35 anos com uma campanha especial oferecendo até 35% de desconto para quem busca conforto e lazer em um dos destinos mais procurados do Brasil. A promoção é válida para reservas realizadas no período de 7 a 10 de julho de 2025 - em dados selecionados até o dia 31 de julho de 2026, exclusivamente para aquisições pelos canais oficiais do resort - site e central de atendimento. Certamente uma boa oportunidade para programar férias, escapadas em feriados ou aproveitar finais de semana prolongada com tarifas reduzidas. Além dos descontos, os benefícios incluem hospedagem gratuita para duas crianças até 10 anos de idade e parcelamento do valor em até 10 vezes no Cartão de Crédito. Vocacionado para famílias, o Recanto Cataratas ...

Mesmo com geadas, lavouras do Paraná mantêm grande ritmo produtivo

Foto: Gilson Abreu/AEN O frio trouxe consigo dois dias com geadas intensas em uma área de maior amplitude que o comum, que incluiu regiões que não passam tão frequentemente por este fenômeno. Apesar da geada causar perdas para algumas culturas, o frio, em geral, também pode apresentar benefícios para as culturas de inverno.   A Previsão Subjetiva de Safra (PSS), elabora pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgada nesta quinta-feira (26) mostra as previsões para as safras atuais referente à última segunda-feira (23), ou seja, ainda não mensura o impacto das geadas dos últimos dias, mas os técnicos do departamento anteciparam qual cenário esperar.   No geral, o clima mais frio colabora para o controle de pragas de todas as culturas, diminuindo custos para o produtor. Para o trigo, cultura de inverno, o frio pode favorecer novas brotações quando acontece durante desenvolvimento vegetativo, resultando em ...