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Agência Brasil - O Ministério da Saúde vai aproveitar
setembro, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio,
para enfatizar a necessidade de atenção especial com o bem-estar e a saúde
mental de crianças e adolescentes.
Segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, o foco
das ações desenvolvidas pela pasta durante o Setembro Amarelo será o público
jovem, no qual vem aumentando o número de casos e de tentativas de suicídio.
"Vamos focar nesta questão dos jovens, tanto na questão do suicídio quanto
das tentativas, procurando alternativas de políticas públicas indutórias",
disse o ministro.
Mandetta ressaltou que o aumento do suicídio entre
os jovens é um fenômeno mundial que, nos últimos anos, vem causando crescente
preocupação também no Brasil. Para o ministro, o problema é complexo e não pode
ser compreendido ou explicado por um só fator. "A barra está muito pesada,
e isso está fazendo com que percamos muitos jovens", afirmou o ministro,
arriscando uma explicação. Segundo o ministro, os jovens brasileiros, que estão
entre os que passam mais tempo conectados à internet, têm dificuldade para
lidar com a confusão entre o mundo online e as exigências e frustrações
cotidianas do mundo fora da rede mundial de computadores.
Para Mandetta, isso gera ansiedade e enfraquece
vínculos sociais. "O mundo virtual é maravilhoso, mas não condiz com a
realidade. Ali, todo mundo está feliz, bem. Estamos tendo dificuldades de
conviver com isto", acrescentou Mandetta.
Ele disse que o alcance e imediatismo das redes
sociais podem potencializar questões que sempre causaram mal-estar entre os
jovens. "O bullying, por exemplo. Na minha geração, era algo circunscrito.
Ficava limitado a uma sala de aula, ao pátio do colégio e, de alguma maneira,
as pessoas faziam seus rearranjos. Hoje, com a internet, o bullying às vezes
ganha uma escala nacional", disse o ministro. "Este é o pano de fundo
para o grande drama que esta geração enfrenta.
Para Mandetta, a questão do suicídio e outros temas
de saúde mental devem ser tratados, entre todas as faixas etárias, com
informações claras e com o máximo de naturalidade possível. "Assuntos como
depressão, ansiedade e os cuidados com a saúde mental têm que ser incluídos na
agenda. Temos que dizer que a depressão existe e que não se trata apenas de um
estado de melancolia. Precisamos desmistificá-los, abordá-los como outros
assuntos de saúde, como a hipertensão ou a diabete e valorizar a vida",
exemplificou o ministro ao defender a ação conjunta de profissionais das áreas
de e educação.
"Acho que a saúde vai ter que ir para as
escolas e organizar esta interface junto à educação. E acho que são os próprios
adolescentes, dialogando entre si, que [com orientação] vão achar as
necessárias válvulas de escape. Porque eles não vão achar com quem falar dentro
de casa. Não acham na família. O meio está hostil, os amigos estão vivendo no
mundo virtual e, no mundo real, esses jovens se deparam com [as exigências e
frustrações do] dia a dia", concluiu o ministro.
Realizada em quase todo o mundo, a campanha Setembro
Amarelo ocorre anualmente em setembro e tem o objetivo de sensibilizar e
conscientizar a população sobre a questão e informar sobre os sinais que
precisam ser observados com atenção, bem como os locais onde procurar ajuda.
Viver News – Karine Graeff c/ assessoria
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