As várias fases, do ritmo
frenético dos jornais impressos e a primeira emissora de TV do Oeste à
revolução tecnológica
“Sou
um profissional realizado que viveu todas as vertentes da profissão, do ritmo
frenético das redações dos diários impressos e da dinâmica do rádio e da televisão
ao ambiente digital, que nos faz partícipes do maior salto evolutivo da
humanidade.” A afirmação é do jornalista Wanderley Graeff, que neste mês de junho
comemora 45 anos de atuação. Ele é o profissional do jornalismo com mais tempo de
exercício da atividade em Toledo e um dos mais antigos da região Oeste, atualmente na
condução do Viver Toledo, por vários anos um jornal impresso e há três no
ambiente digital.
Tendo
o futebol como o esporte preferido, o palmeirense Wanderley foi diretor de
Futebol do Toledo Esporte Clube no Campeonato Paranaense e presidente do Yara
Country Clube e da Associação Toledana de Imprensa, em algumas da facetas de
seu envolvimento comunitário, que inclui ainda a participação em uma comissão
que articulou a criação de novos cursos para a antiga Facitol, hoje Unioeste,
quando a instituição possuía apenas dois cursos superiores.
A trajetória
O início de tudo foi em junho de 1978, aos 16 anos de idade, como Editor de Esportes do diário O Paraná, em Cascavel. Meses depois, foi contratado pela TV Tarobá como repórter e redator – produzia o programa esportivo “Placar Eletrônico”. “Foi uma época de pioneirismo da comunicação regional, na equipe que colocou no ar a primeira emissora de televisão do Oeste do Paraná", relata. Ainda na Tarobá, conheceu Luciane e a namorada da adolescência se tornou a companheira de uma vida.
Outros
veículos de Cascavel se somaram no currículo: jornais Fronteira do Iguaçu e
Hoje, Rádio Independência e TV Carimã (Cascavel).
Em Toledo, Wanderley atuou nos jornais Tribuna do Oeste, Jornal do Oeste (em duas ocasiões, como editor-chefe), sucursais do Correio de Notícias e Gazeta do Paraná, Gazeta de Toledo e Viver Toledo. No rádio, nas emissoras Guaçu e União, em quatro e cinco ocasiões, respectivamente em cada uma delas, como responsável pelo Departamento de Jornalismo, como produtor, redator, repórter e apresentador. Além disso, no terreno esportivo, atuou como repórter e comentarista.
Pioneirismo
A marca do pioneirismo é um dos feitos de Wanderley como primeiro jornalista do Oeste do Paraná a fazer Assessoria de Imprensa no ambiente do automobilismo – Valdir Favarin, Olício dos Santos Filhos e Ivo Mendes Lima, que foram expoentes das pistas nos anos de 1970 e 1980. Em Toledo, foi o primeiro a fazer Assessoria de Imprensa de sindicatos – Bancários, Comerciários, Trabalhadores Rurais e da Alimentação e dos clubes sociais Toledão, Clube do Comércio e Yara Country Clube.
No
ambiente das assessorias de Imprensa constam ainda: cooperativa Coopagro,
Cervejaria Colônia e Câmara Municipal de Toledo. Também exerceu o cargo de
secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Toledo.
Outros
trabalhos executados foram no âmbito de assessoria parlamentar na Câmara
Municipal de Toledo e coordenação de campanhas eleitorais.
Ritmo intenso
O jornalismo sempre exigiu uma atuação intensa e algumas experiências vivenciadas são descritas por Wanderley como apaixonantes: “como o fascínio da comunicação instantânea do rádio, que permite ao profissional adentrar na intimidade dos lares, desde a mulher nos seus afazeres da casa até o produtor rural nas suas inúmeras atividades ou o viajante em busca de lonjuras”.
O
dia a dia da redação de um jornal, no entanto, com o ritmo frenético da
aproximação do fechamento da edição é algo que ele classifica como indescritível.
“Vivenciei todos os processos, inclusive em jornal que utilizava uma velha
máquina de impressão “Linotipo” do início do Século 20 e a corrida contra o tempo para
enviar o conteúdo em disquete para ser impresso em outra cidade”.
Revolução tecnológica
Para Wanderley Graeff fazer jornalismo, atualmente, é muito mais fácil. “As gerações recentes de jornalistas não têm ideia de como era difícil com as inúmeras etapas que cumpríamos para o jornal chegar à gráfica. A palavra ‘past up’ numa sala de curso de jornalismo, provavelmente é desconhecida. É possível que as novas gerações jamais ouviram falar da seção onde as páginas eram montadas para a reprodução do fotolito e o cheiro de cola dominava o ambiente”.
Reconhecimento
Wanderley se define como um cidadão de fácil relacionamento com todas as faixas sociais, interessado e envolvido com os assuntos da comunidade. Certa vez, indagado pelo jornalista Ilivaldo Duarte sobre como achava que os outros o veem, respondeu que “a resposta é difícil, mas o reconhecimento pela carreira projeta uma ideia de que há respeito e admiração. A responsabilidade é essencial para que prevaleçam os conceitos éticos e morais numa profissão de tamanha exposição e visibilidade”.
O início de tudo
Foi em 1978, aos 16 anos de idade. A edição de um informativo impresso em mimeógrafo do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Washington Luiz, em Cascavel, foi o que acendeu a chama. O jornalzinho “O Bicão” caiu nas mãos do editor-chefe do jornal O Paraná, Anselmo Cordeiro. Foi suficiente para que notasse a aptidão, o que foi referendado pelo diretor do jornal, Emir Sfair, respeitado jornalista paranaense. “Foi algo sui gêneris. No primeiro contato, sem jamais ter pisado numa redação, após ler um texto que acabara de redigir, ele disse:
- Garoto, você tem jeito pra coisa. O Anselmo disse que você tem familiaridade com a área esportiva. Quer trabalhar conosco? Assume agora como Editor de Esportes”.
“Foi
um susto para um adolescente, mas foi assim, de chofre, que ingressei na
profissão. Em meia hora dentro de um jornal virei Editor de Esportes. Devia
estar escrito nas estrelas”, comenta.
O papel do jornalismo
Para Wanderley Graeff, “o jornalismo contribuiu ao longo da história para a formação do que somos como nação. O papel dos meios de comunicação na luta pelo fortalecimento da democracia é algo que não se apaga, nem mesmo em tempos difíceis de intolerância e de muita ignorância em que alguns setores da sociedade tentam denegrir a imagem da imprensa em defesa das suas convicções e involuções culturais”.
Ele
aponta que “o mundo evoluiu, as redes sociais transformaram quase tudo com
reflexos indeléveis nos meios de comunicação, que precisam se moldar aos novos
tempos. Entretanto, ao mesmo tempo em que se democratizou a forma do povo se
comunicar, nota-se uma espécie de involução cultural em significativos
segmentos da sociedade. Há muita impaciência e preguiça mental para a arte de
ler ou ouvir boas reportagens”.
Wanderley
ressalta o papel que os meios de comunicação têm no decorrer da história, não
apenas no relato dos fatos, como no estímulo ao debate sobre os temas
impactantes e o desenvolvimento econômico, especialmente nas pequenas e médias
cidades. “Cumprimos papel crucial ao longo do tempo ao mantermos temas
relevantes em evidência e na memória do povo. O jornalista também age no sentido
de instigar lideranças e autoridades, no tocante às conquistas de avanços na
infraestrutura local e regional. O jornalista é um porta-voz dos anseios da sociedade”,
salienta.
Wanderley
Graeff ressalta alguns exemplos da importância da atuação dos profissionais de
comunicação em favor da comunidade: “a pavimentação ou a duplicação de
rodovias, a implantação de um viaduto, a estruturação da educação do básico ao
ensino superior, o reforço das estruturas de segurança pública, a cobrança pela
industrialização das nossas riquezas agregando valor à produção do campo, são
apenas alguns dos temas que sempre mantivemos em destaque nas páginas e nas
ondas do rádio”.
O batalhão
Entre os fatos vivenciados nas incontáveis reportagens, ele relata que certa vez questionou ao então governador Roberto Requião sobre as gestões de Toledo para a criação do Batalhão da Polícia Militar. “A resposta foi bem ao estilo Requião: - Vocês querem batalhão ‘pra’ soldado engraxar coturno de coronel? Pouco tempo depois, ele se rendeu aos apelos da sociedade e autorizou a criação do 19º BPM”.
O que mais motiva
“A oportunidade de vivenciar o cotidiano da comunidade, seja ela local, regional ou nacional, e até internacional, com o papel de agente ativo, sabendo que a informação projetada certamente vai impactar no cotidiano dos leitores ou ouvintes”, descreve. Sobre o impacto das tecnologias como internet e celulares potentes na comunicação, Wanderley Graeff diz que “elas promoveram profundas mudanças na forma de comunicar. É um mundo mais dinâmico em que uma pessoa faz o trabalho que antes eram de várias, que exige mais conhecimento, mas com mais síntese e objetividade”.
O futuro do jornalismo
Para o profissional, o principal desafio é buscar o permanente equilíbrio de comunicar num ambiente em constante transformação, como caminho para que o jornalismo continue atrativo. “Diante do tumultuado ambiente das redes sociais em que prosperam as fake news e o repasse de muita porcaria sem a devida checagem de fontes, os veículos de comunicação se apresentam como as mídias de maior credibilidade, pois não sobrevivem se não tiverem a responsabilidade que gera credibilidade”.
Vitórias e conquistas
“A maior de todas foi formar uma família maravilhosa, da qual não tenho um senão a pontuar”, comenta. Wanderley define a sua vida hoje como um período de serenidade e equilíbrio entre as atividades profissionais e o tempo dedicado à família. “Tenho as bênçãos de contar com uma família maravilhosa, com esposa, filhos, genros e nora que qualquer um pediria a Deus e a fase de curtição intensa dos netos, Pedro, Gustavo e Catarina”.
“No
campo profissional, ter sido requisitado por tantos veículos, alguns com várias
idas e retornos sempre deixando as portas abertas. No eixo Toledo-Cascavel, a
qualquer hora que chego numa emissora, os microfones se abrem. Isso é
gratificante”, completa.
E
se pudesse voltar no tempo, o quê jamais teria feito? “Do ponto de vista
profissional, algumas atitudes impulsivas e ter ‘comprado’ brigas que não eram
minhas. Isso tudo ficou no passado”, finaliza.
Com Luciane, companheira desde a adolescência e na condução do Viver Toledo |
O início de tudo foi em junho de 1978, aos 16 anos de idade, como Editor de Esportes do diário O Paraná, em Cascavel. Meses depois, foi contratado pela TV Tarobá como repórter e redator – produzia o programa esportivo “Placar Eletrônico”. “Foi uma época de pioneirismo da comunicação regional, na equipe que colocou no ar a primeira emissora de televisão do Oeste do Paraná", relata. Ainda na Tarobá, conheceu Luciane e a namorada da adolescência se tornou a companheira de uma vida.
Em Toledo, Wanderley atuou nos jornais Tribuna do Oeste, Jornal do Oeste (em duas ocasiões, como editor-chefe), sucursais do Correio de Notícias e Gazeta do Paraná, Gazeta de Toledo e Viver Toledo. No rádio, nas emissoras Guaçu e União, em quatro e cinco ocasiões, respectivamente em cada uma delas, como responsável pelo Departamento de Jornalismo, como produtor, redator, repórter e apresentador. Além disso, no terreno esportivo, atuou como repórter e comentarista.
A marca do pioneirismo é um dos feitos de Wanderley como primeiro jornalista do Oeste do Paraná a fazer Assessoria de Imprensa no ambiente do automobilismo – Valdir Favarin, Olício dos Santos Filhos e Ivo Mendes Lima, que foram expoentes das pistas nos anos de 1970 e 1980. Em Toledo, foi o primeiro a fazer Assessoria de Imprensa de sindicatos – Bancários, Comerciários, Trabalhadores Rurais e da Alimentação e dos clubes sociais Toledão, Clube do Comércio e Yara Country Clube.
A velha máquina de escrever foi parceira de trabalho por muitos anos |
O jornalismo sempre exigiu uma atuação intensa e algumas experiências vivenciadas são descritas por Wanderley como apaixonantes: “como o fascínio da comunicação instantânea do rádio, que permite ao profissional adentrar na intimidade dos lares, desde a mulher nos seus afazeres da casa até o produtor rural nas suas inúmeras atividades ou o viajante em busca de lonjuras”.
Para Wanderley Graeff fazer jornalismo, atualmente, é muito mais fácil. “As gerações recentes de jornalistas não têm ideia de como era difícil com as inúmeras etapas que cumpríamos para o jornal chegar à gráfica. A palavra ‘past up’ numa sala de curso de jornalismo, provavelmente é desconhecida. É possível que as novas gerações jamais ouviram falar da seção onde as páginas eram montadas para a reprodução do fotolito e o cheiro de cola dominava o ambiente”.
Wanderley se define como um cidadão de fácil relacionamento com todas as faixas sociais, interessado e envolvido com os assuntos da comunidade. Certa vez, indagado pelo jornalista Ilivaldo Duarte sobre como achava que os outros o veem, respondeu que “a resposta é difícil, mas o reconhecimento pela carreira projeta uma ideia de que há respeito e admiração. A responsabilidade é essencial para que prevaleçam os conceitos éticos e morais numa profissão de tamanha exposição e visibilidade”.
Foi em 1978, aos 16 anos de idade. A edição de um informativo impresso em mimeógrafo do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Washington Luiz, em Cascavel, foi o que acendeu a chama. O jornalzinho “O Bicão” caiu nas mãos do editor-chefe do jornal O Paraná, Anselmo Cordeiro. Foi suficiente para que notasse a aptidão, o que foi referendado pelo diretor do jornal, Emir Sfair, respeitado jornalista paranaense. “Foi algo sui gêneris. No primeiro contato, sem jamais ter pisado numa redação, após ler um texto que acabara de redigir, ele disse:
- Garoto, você tem jeito pra coisa. O Anselmo disse que você tem familiaridade com a área esportiva. Quer trabalhar conosco? Assume agora como Editor de Esportes”.
Para Wanderley Graeff, “o jornalismo contribuiu ao longo da história para a formação do que somos como nação. O papel dos meios de comunicação na luta pelo fortalecimento da democracia é algo que não se apaga, nem mesmo em tempos difíceis de intolerância e de muita ignorância em que alguns setores da sociedade tentam denegrir a imagem da imprensa em defesa das suas convicções e involuções culturais”.
Entre os fatos vivenciados nas incontáveis reportagens, ele relata que certa vez questionou ao então governador Roberto Requião sobre as gestões de Toledo para a criação do Batalhão da Polícia Militar. “A resposta foi bem ao estilo Requião: - Vocês querem batalhão ‘pra’ soldado engraxar coturno de coronel? Pouco tempo depois, ele se rendeu aos apelos da sociedade e autorizou a criação do 19º BPM”.
“A oportunidade de vivenciar o cotidiano da comunidade, seja ela local, regional ou nacional, e até internacional, com o papel de agente ativo, sabendo que a informação projetada certamente vai impactar no cotidiano dos leitores ou ouvintes”, descreve. Sobre o impacto das tecnologias como internet e celulares potentes na comunicação, Wanderley Graeff diz que “elas promoveram profundas mudanças na forma de comunicar. É um mundo mais dinâmico em que uma pessoa faz o trabalho que antes eram de várias, que exige mais conhecimento, mas com mais síntese e objetividade”.
Para o profissional, o principal desafio é buscar o permanente equilíbrio de comunicar num ambiente em constante transformação, como caminho para que o jornalismo continue atrativo. “Diante do tumultuado ambiente das redes sociais em que prosperam as fake news e o repasse de muita porcaria sem a devida checagem de fontes, os veículos de comunicação se apresentam como as mídias de maior credibilidade, pois não sobrevivem se não tiverem a responsabilidade que gera credibilidade”.
“A maior de todas foi formar uma família maravilhosa, da qual não tenho um senão a pontuar”, comenta. Wanderley define a sua vida hoje como um período de serenidade e equilíbrio entre as atividades profissionais e o tempo dedicado à família. “Tenho as bênçãos de contar com uma família maravilhosa, com esposa, filhos, genros e nora que qualquer um pediria a Deus e a fase de curtição intensa dos netos, Pedro, Gustavo e Catarina”.
A carreira em imagens:
Inauguração da Avenida Tancredo Neves, em Cascavel |
Rafael Greca |
Governador Jaime Lerner |
Apresentação do projeto do Parque Ecológico Diva Paim Barth em Toledo |
Rádio Guaçu |
Rádio União |
Prefeito Derli Donin e bispos Irineu Scherer e Anuar Battisti em Garanhuns-PE |
Avelino Campagnolo |
Presidente do Uruguai, José Mujica |
Associação Toledana de Imprensa |
Cerimonial no Teatro de Toledo |
Coletiva Prefeitura de Toledo - 1983 |
Toledo E.C. - Diretor de Futebol |
Cerimonial Amop |
Senador Alvaro Dias |
Prefeito José Carlos Schiavinato e vereador Rogério Massing |
Deputados Ricardo Barros, Dilceu Sperafico e Gustavo Fruet |
Ex-prefeitos Egon Pudell (Toledo), Salazar Barreiros (Cascavel) e Duílio Genari (Toledo) |
Duílio Genari em visita ao Viver Toledo |
Viver Toledo - Ano 14
Editoria: Wanderley Graeff, Karine Graeff e Juninho Graeff
(45) 98801-8722
Rua Três de Outubro, 311 – S. 403- Vila Industrial
CEP 85.904-180 – Toledo-PR
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Do São Cristóvão para mundo,bons tempos
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