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Agricultura vertical garante cultivo e produção de alimentos nas cidades

 

Dilceu Sperafico*

 A agricultura continua inovando e surpreendendo positivamente os próprios produtores e o mercado consumidor. Entre os avanços da inovação agrícola está a agricultura vertical, com as chamadas fazendas ou propriedades rurais verticais em pequenos e grandes centros urbanos, que aceleram a produção de hortaliças e frutas em larga escala e com baixo custo. São prédios ou galpões climatizados, com estufas verticais, onde engenheiros e agricultores criam ambientes controlados para produzir alimentos o ano todo, sem pesticidas agrícolas e com consumo mínimo de água. Esse modelo, chamado de agricultura vertical, segundo especialistas, já movimenta 781 milhões de dólares por ano no mundo. O cálculo de projeção da atividade é que alcance movimento de 1,5 bilhão de dólares até 2030, segundo o estudo “Vertical Farming: 2020-2030”, baseado na inteligência de mercado, que analisa a expansão da tecnologia e da economia da agricultura vertical. De acordo com o levantamento, o setor avança com a taxa média anual de 6,85%, com destaque para os Estados Unidos e China, entre diversos outros países.

Conforme especialistas, ao ajustar a temperatura, luz e umidade ao ciclo das plantas, a agricultura vertical produz até 30 vezes mais por metro quadrado do que a agricultura convencional. Além disso, opera todos os dias do ano, com economia de até 95% de água e 60% de fertilizantes. Dessa forma, a produção em ambiente controlado elimina até 99% do uso de pesticidas. “Mesmo com expansão da produção tradicional, cresce no Brasil a demanda por alimentos mais frescos, seguros e produzidos perto dos centros urbanos. A agricultura vertical responde a essa demanda, usando menos espaço, menos água e com controle total do ambiente”, informa Ítalo Guedes, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ele cita como exemplo fazenda vertical localizada na Marginal Tietê, na cidade de São Paulo, que produz durante o ano todo, contando com galpão de 1.000 m² e 600 m² de área produtiva. Cada metro quadrado da propriedade pode ter produtividade 350 vezes maior que o mesmo espaço de lavoura tradicional, dependendo da quantidade de níveis.

A fazenda vertical tem sistemas de cultivo com 10 andares, todos com sete metros de altura e dispõe de 250 pontos venda da produção, que no final deste ano podem chegar a mais de 300 unidades. A área produtiva utiliza iluminação LED rosa, combinação de luz azul e vermelha, que simula o sol e acelera a fotossíntese. O sistema hidropônico propicia alimentos livres de solo, pesticidas e com qualidade constante. A produção soma três toneladas de alimentos por mês e pode aumentar para oito toneladas após no final do ano. São produzidas hortaliças como alfaces crespa, mimosa, lisa, frisée, romana e cristal, algumas com variedade roxa. Da mesma forma rúcula, espinafre verdadeiro, agrião, manjericão, salsinha, cebolinha, coentro, hortelã e microverdes de alho-poró, amaranto, beterraba, cenoura, coentro, couve, mostarda, rabanete e repolho roxo. Os custos com energia elétrica e equipamentos são desafios para a produção.

A iluminação artificial e sistemas de refrigeração exigem alto consumo elétrico. Outro entrave está nos custos iniciais de instalação, que demandam investimentos elevados em automação, sensores, estufas e controle ambiental, mas beneficiam produtores e consumidores, especialmente nos centros urbanos.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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